Como devem ter reparado, sou uma acérrima defensora da prática de exercício físico como o maior dos aliados de uma RA para perda de peso eficaz. Para chegar até este pensamento muito percorri...
Reeducar a minha alimentação foi fundamental para emagrecer o que já emagreci, contudo, e uma vez que sempre fui gorda toda a vida, defendo que fundamental mesmo para emagrecer bem e apresentar um aspecto saudável foi a prática de desporto logo desde o início.
Também porque ajudou a combater a preguiça e a "tapar" efeitos nefastos de deslizes esporádicos alimentares.
É por isso com alegria que, hoje em dia, sempre que digo que emagreci mais de 20kg é recorrente ouvir os outros dizerem que não parece nada que perdi tanto peso, porque aparento um aspecto tonificado, apesar de roliço, como se nunca tivesse sido obesa.
Como é que alguém que foi gordo toda a vida começa a fazer desporto e efectivamente a emagrecer?
No meu caso particular, apesar de gorda, pratiquei desporto até a altura em que fui para a faculdade. Praticava futebol (verdade! e era boa nisso!).
Na faculdade, para além de ter deixado o desporto, levava uma vida muito sedentária, com horários marados, almoços a correr, lanches em bares cheios de porcarias... e para agravar a situação, o despoletar do meu crónico problema da irregular produção hormonal. Aumentei ainda mais de peso e aí tornei-me obesa.
Foi um ou dois anos depois da licenciatura, e já com a carreira em andamento, que a "ficha me caiu" e me consciencializei que nunca seria feliz assim. Aconteceu quando me deparei, numa consulta na nutricionista, com 87kg e uma vida altamente stressante, onde não tinha sequer a hipótese de tirar uma folga para me dedicar a mim...
Já relatei aqui que não gostei muito da nutricionista como profissional. Não gostei do facto de ela ter ignorado o meu sedentarismo, a minha fragilidade emocional que me levava à compulsão, etc... ignorou vários factores e restringiu-se apenas a traçar-me um plano alimentar em função do meu peso na época.
Apesar de tudo, aproveitei o plano, que segui nos primeiros dois meses e perdi 4 ou 5kg. A partir daí, e porque me interessei pelo assunto, resolvi eu própria traçar mudanças mais abrangentes e introduzir a prática de exercício.
Comecei com caminhadas ao final da tarde e à noite. Foi uma decisão que me custou muito a tomar, não pelo esforço físico, mas pelo esforço emocional. A vergonha.
A vergonha vinha do complexo imenso que tinha do meu corpo, de marchar num espaço público com o meu imenso volume. Por isso ía ao anoitecer ou já noite cerrada, altura em que havia menos pessoas na rua e onde eu tinha mais hipóteses de passar despercebida. Também escolhia rotas desviadas da "confusão" dos centros. O primeiro e mais difícil de todos os obstáculos que tive que ultrapassar nisto tudo foi o imenso complexo em relação à minha imagem, a imensa falta de auto-estima e a dificuldade em encarar o preconceito dos outros, que partia, afinal, em primeiro lugar, de mim mesma.
Comecei com caminhadas de meia hora; 3 quartos de hora; uma vez por semana; duas; três. Depois tornei a prática mais competitiva com um pedómetro que comprei na Sport Zone, por 8 euros. Assim comecei a ter noção dos km que fazia, das calorias que gastava...
Quando reparei que no Inverno passava semanas sem poder sair à rua para caminhar comprei, com a ajuda da minha mãe, uma bicicleta estática que não custou mais de 100 euros numa promoção num hipermercado. Não só colmatou a falta de caminhadas em dias chuvosos, como naqueles em que chegava tarde a casa ou simplesmente não queria sair à rua eu passei a fazer exercício. Na maior parte dos dias chegava a fazer meia hora de bike enquanto via o CSI...
Também reparei nos meus braços, flácidos, e comprei um halter de 3kg, que me custou uns 8 euros. Foi ele que moldou os braços. Para poder fazer abdominais onde calhasse comprei um colchãozinho fácil de arrumar por meros 4 euros. E tudo isto progressivamente.
A aquisição mais recente, feita no início deste ano, foi o stepper, uma pequena máquina que comprei na Sportzone, por 35 euros, e que em 10 minutos nos limpa 100 calorias enquanto vemos tv!
Sem dar conta tinha um pequeno arsenal de ginásio que me proporcionava um treino de cardio, localizado e de musculação competente. Foi assim que colmatei a minha fobia por ginásios e fui perdendo peso e volume, quase sem sair de casa.
Até que passei a fazer caminhadas de mais de uma hora, seis a sete vezes por semana, e a somar a essas, corridas ao ar-livre e pedaladas ao final da noite, o que ao todo dava quase duas horas de exercício diário.
Obviamente que, com esta prática, o corpo foi pedindo mais, e foi aí que resolvi inscrever-me no ginásio e deitar para trás das costas complexos que já não tinham razão de existir. Inscrevi-me num ginásio muito dotado em oferta de material e actividades, que ainda por cima fica a 300 metros da minha casa, com o intuito de ter um treino mais completo, variado e supervisionado por profissionais.
Hoje treino-me seis vezes por semana no ginásio, em três ou quatro deles treino bi-diário, sem cansaços, nem dores, nem más disposições. Apenas uma grande alegria e muita energia. Ah, e muito convívio e novas amizades.
Um instrutor na sexta-feira, perguntava-me qual era o meu objectivo lá, e eu pela primeira vez não soube responder, porque é certo que quero perder peso, mas e quando atingir o peso ideal? É para mantê-lo, mas sinceramente pouca gente frequenta ginásios desta forma "apenas" para manter peso. Acabei por lhe responder, depois de falar das questões do peso, que "eu gosto realmente disto. É já um vício. Ainda para mais saudável" e ele acenou afirmativamente com a cabeça com uma expressão de cumplicidade.
Resumindo: Prática de exercício - há que começar por algum lado. Eu comecei do zero e o que me dá mais gozo nisto tudo, para além da perda de peso e de volume, foi ter vencido os meus fantasmas, o pouco amor-próprio que eu tinha, que me fazia ter vergonha até de sair à rua.
Reeducar a minha alimentação foi fundamental para emagrecer o que já emagreci, contudo, e uma vez que sempre fui gorda toda a vida, defendo que fundamental mesmo para emagrecer bem e apresentar um aspecto saudável foi a prática de desporto logo desde o início.
Também porque ajudou a combater a preguiça e a "tapar" efeitos nefastos de deslizes esporádicos alimentares.
É por isso com alegria que, hoje em dia, sempre que digo que emagreci mais de 20kg é recorrente ouvir os outros dizerem que não parece nada que perdi tanto peso, porque aparento um aspecto tonificado, apesar de roliço, como se nunca tivesse sido obesa.
Como é que alguém que foi gordo toda a vida começa a fazer desporto e efectivamente a emagrecer?
No meu caso particular, apesar de gorda, pratiquei desporto até a altura em que fui para a faculdade. Praticava futebol (verdade! e era boa nisso!).
Na faculdade, para além de ter deixado o desporto, levava uma vida muito sedentária, com horários marados, almoços a correr, lanches em bares cheios de porcarias... e para agravar a situação, o despoletar do meu crónico problema da irregular produção hormonal. Aumentei ainda mais de peso e aí tornei-me obesa.
Foi um ou dois anos depois da licenciatura, e já com a carreira em andamento, que a "ficha me caiu" e me consciencializei que nunca seria feliz assim. Aconteceu quando me deparei, numa consulta na nutricionista, com 87kg e uma vida altamente stressante, onde não tinha sequer a hipótese de tirar uma folga para me dedicar a mim...
Já relatei aqui que não gostei muito da nutricionista como profissional. Não gostei do facto de ela ter ignorado o meu sedentarismo, a minha fragilidade emocional que me levava à compulsão, etc... ignorou vários factores e restringiu-se apenas a traçar-me um plano alimentar em função do meu peso na época.
Apesar de tudo, aproveitei o plano, que segui nos primeiros dois meses e perdi 4 ou 5kg. A partir daí, e porque me interessei pelo assunto, resolvi eu própria traçar mudanças mais abrangentes e introduzir a prática de exercício.
Comecei com caminhadas ao final da tarde e à noite. Foi uma decisão que me custou muito a tomar, não pelo esforço físico, mas pelo esforço emocional. A vergonha.
A vergonha vinha do complexo imenso que tinha do meu corpo, de marchar num espaço público com o meu imenso volume. Por isso ía ao anoitecer ou já noite cerrada, altura em que havia menos pessoas na rua e onde eu tinha mais hipóteses de passar despercebida. Também escolhia rotas desviadas da "confusão" dos centros. O primeiro e mais difícil de todos os obstáculos que tive que ultrapassar nisto tudo foi o imenso complexo em relação à minha imagem, a imensa falta de auto-estima e a dificuldade em encarar o preconceito dos outros, que partia, afinal, em primeiro lugar, de mim mesma.
Comecei com caminhadas de meia hora; 3 quartos de hora; uma vez por semana; duas; três. Depois tornei a prática mais competitiva com um pedómetro que comprei na Sport Zone, por 8 euros. Assim comecei a ter noção dos km que fazia, das calorias que gastava...
Quando reparei que no Inverno passava semanas sem poder sair à rua para caminhar comprei, com a ajuda da minha mãe, uma bicicleta estática que não custou mais de 100 euros numa promoção num hipermercado. Não só colmatou a falta de caminhadas em dias chuvosos, como naqueles em que chegava tarde a casa ou simplesmente não queria sair à rua eu passei a fazer exercício. Na maior parte dos dias chegava a fazer meia hora de bike enquanto via o CSI...
Também reparei nos meus braços, flácidos, e comprei um halter de 3kg, que me custou uns 8 euros. Foi ele que moldou os braços. Para poder fazer abdominais onde calhasse comprei um colchãozinho fácil de arrumar por meros 4 euros. E tudo isto progressivamente.
A aquisição mais recente, feita no início deste ano, foi o stepper, uma pequena máquina que comprei na Sportzone, por 35 euros, e que em 10 minutos nos limpa 100 calorias enquanto vemos tv!
Sem dar conta tinha um pequeno arsenal de ginásio que me proporcionava um treino de cardio, localizado e de musculação competente. Foi assim que colmatei a minha fobia por ginásios e fui perdendo peso e volume, quase sem sair de casa.
Até que passei a fazer caminhadas de mais de uma hora, seis a sete vezes por semana, e a somar a essas, corridas ao ar-livre e pedaladas ao final da noite, o que ao todo dava quase duas horas de exercício diário.
Obviamente que, com esta prática, o corpo foi pedindo mais, e foi aí que resolvi inscrever-me no ginásio e deitar para trás das costas complexos que já não tinham razão de existir. Inscrevi-me num ginásio muito dotado em oferta de material e actividades, que ainda por cima fica a 300 metros da minha casa, com o intuito de ter um treino mais completo, variado e supervisionado por profissionais.
Hoje treino-me seis vezes por semana no ginásio, em três ou quatro deles treino bi-diário, sem cansaços, nem dores, nem más disposições. Apenas uma grande alegria e muita energia. Ah, e muito convívio e novas amizades.
Um instrutor na sexta-feira, perguntava-me qual era o meu objectivo lá, e eu pela primeira vez não soube responder, porque é certo que quero perder peso, mas e quando atingir o peso ideal? É para mantê-lo, mas sinceramente pouca gente frequenta ginásios desta forma "apenas" para manter peso. Acabei por lhe responder, depois de falar das questões do peso, que "eu gosto realmente disto. É já um vício. Ainda para mais saudável" e ele acenou afirmativamente com a cabeça com uma expressão de cumplicidade.
Resumindo: Prática de exercício - há que começar por algum lado. Eu comecei do zero e o que me dá mais gozo nisto tudo, para além da perda de peso e de volume, foi ter vencido os meus fantasmas, o pouco amor-próprio que eu tinha, que me fazia ter vergonha até de sair à rua.
O meu pequeno ginásio doméstico
(que agora pouca utilização tem tido)
(que agora pouca utilização tem tido)
6 comentários:
Olá! Antes de mais parabéns pelo teu fantastico sucesso! Serio... podes mesmo orgulhar-te de ti! Fantastico mesmo!
Hoje ao ler o teu post até me arrepeiei... é mesmo isso que sinto quando falas na vergonha de caminhar... Como conseguiste ultrapassar? Eu peso 68 kg, tenho 1.65 m mas gostava de perder um pouco mais... as caminhadas são o pior porque morro de vergnha dos outros me verem...
Ao ler o teu post inspirei-me! Amnah de manha vou dar uma caminhada!
Boa sorte e muitas felicidades!
Beijinhos
Ana
adorei este post cheio de energia :) Nao me canso de te dar os parabens pelo que atingiste, pela tua força e persistencia. Sou uma leitora relativamente recente mas acredita que fico mesmo muito feliz por cada etapa!
ah e tens ai um pequeno autentico ginasio
bjs
Viva Ana!
Muito obrigada pelo teu incentivo!
É pá, qd comecei nisto estava longe de ter as tuas proporções. Eu era um pipo! :D tive mesmo dificuldade em me expor desta maneira, com receio da chacota, de ser gozada na rua e de ver conhecidos que pudessem pensar "ao que ela chegou"... cismava muito com essas coisas.
Mas também pensava: "ou faço isto ou serei gorda para sempre!" e isso era pior, claro. foi assim que tentei ultrapassar a vergonha.
O jeito mesmo é "cagar" para os outros e pensarmos no nosso bem. Adoptei uma atitude cool, fiz-me acompanhar apenas do MP3 (é um excelente truque para nos abstrairmos do q está à nossa volta e a caminhada faz-se mais depressa) e escolhia sempre o anoitecer para fazer as caminhadas.
Há uns anos aproveitava as manhãs de domingo para correr numa zona verde praticamente sem transito.
Com o tempo fui perdendo a vergonha porque fui ganhando auto-confiança. A prática de exercício também tem esse efeito mágico. É que ao fim e ao cabo o problema está mais na nossa cabeça que no corpo.
Beijinhos e força. Tás quase lá!
eh eh eh obrigadão Jo!
Oh pá, é um ginásio de pobre :D mas já fez milagres!!!
Manu, és uma grande lutadora! Olha , o teu post tocou na minha "ferida".
Logo no inicio da RA fazia exercício, até Agosto e férias também fiz bastante. Agora que chegou o Outono, ando meio perdida, nem abdominais, nem elíptica, que tenho uma em casa, só mesmo natação 2 vezes por semana que é claramente pouco.
Vou mudar isto já! Hoje faço abdominais de certeza.
oi manu! brigada pelo teu comment :)
parabéns por todo este teu sucesso, por todo o peso perdido.
costuma dizer-se e muito bem: o mais dificil não é perder peso, é conseguir mantê-lo. o importante é conseguires manter aquilo q conseguiste e para isso vai ser indispensavel q continues com o exercicio, ou em casa ou no ginasio. eu pessoalmente acho q no ginasio dá mais "pica" mas em recurso a isso, em casa serve... eu também costumo fazer em casa e n no ginasio...
beijocas
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