Love me tender

Quando eu tinha mais 25kg em cima não cuidava do meu corpo, confesso. Era displicente porque simplesmente motivação não existia. Qualquer coisinha que fizesse dava-me a sensação de ser um desperdício: colocar creme, depilação... triste sina...

Quando se perde peso começamos a apaixonarmos cada vez mais pelo nosso corpo e por conseguinte a mimá-lo como ele merece.
Actualmente vivo uma lovestory com o meu corpo. Não é o mais belo e sensual do mundo. Tem muitos defeitos: celulite, estrias, gordura ainda localizada; porém tem-se portado tão bem e renascido, qual fénix, que é impossível não me enamorar dele, pelo seu esforço, pela forma como tem gradualmente se transformado e tornado mais belo.

Hoje há pequenas acções que não consigo desleixar ou de proporcionar ao meu templo: depilação completa, creme hidratante diário no corpo, esfoliação frequente, manicure e pedicure...

Isto é o básico, claro. Depois, com o tempo, à medida que a relação com o nosso corpo se vai intensificando e as reacções externas se vão empolando, há pequenos caprichos que evidenciam esse nosso bem-estar. No meu caso, por exemplo, exprime-se na lingerie, um detalhe que sempre ignorei.

Sempre comprei o básico e nunca me demorei em frente a montras de lojas de lingerie. As rendas, os matizados, os estampados, as texturas dos tecidos, nunca me despertaram qualquer reacção. Gostava de ver em outras mulheres; achava uma perda de tempo e desperdício em mim.
Hoje dou por mim a comprar corpetes, soutean que dêem diferentes formas ao peito, boxers sexy, fio dental... E é uma sensação de feminilidade quase plena, animalesca. Uma descoberta. Ultimamente achei um must este corpete da colecção da H&M da Sonia Rykiel:

corpete preto de Sonia Rykiel para a H&M que fica podre de sexy

Outra sensação fantástica é a da escolha dos Body Lotion. Já não uso perfumes, mas loções corporais. Não me limito a comprar um hidratante. Tenho vários e com diferentes aromas, porque sou daquele género de pessoas que rapidamente se enfadam dos perfumes e precisam de estar permanentemente a saltar de um para outro. O último que comprei tem causado muita sensação, especialmente no ginásio, onde a pele está mais exposta. Este da Frutini tem um aroma simplesmente irresistível e dá vontade de comer! Uma gulodice!

Bodylotion Frutini de morango e carambola!

Em termos de imagem já não saio de casa sem arranjar o cabelo (gosto de penetados aparentemente desplicentes), cuido do tom que mais me favorece que é entre o ameixa e o violino, que faz saltar os meus olhos e torna a minha pele mais nacarada, e uso eyliner cremoso em torno dos olhos em tons que vão dos castanhos e verdes dourados, ao azul profundo, cor de vinho, preto eaté cinzas, que tornam o meu olhar mais misterioso e penetrante. Nos lábios, o meu vício é a baton do cieiro, o azul da johnsson que dá algum brilho. Raramente uso qualquer outro baton, porque a cor nos lábios não me favorece. Basta um brilho e os olhos é que falam pelo resto do rosto.

A minha imagem é um misto de roqueira e naif. Uso muitas sweets de algodão, tons cinza, preto, branco, estampados alternativos, t-shirts, com cardigans de malha e blusões de cabedal, vestidos de malha, blusas com cumprimentos de túnica, leggings, saias lapiz ou pincel, gangas escuras coladas ao corpo, com botins, botas ou sabrinas em pele preta e castanha. Sou selecta nos acessórios que praticamente não uso, a não ser os brincos no topo das orelhas que junto com a tattoo que se vê 365 dias por ano, dispensam qualquer outro adorno. Mas em relação ao calçado e aos sacos/bolsas dou primazia à pele e sou fiel aos castanhos e pretos (no caso tenho usado com tachas e já os tenho há anos!) que vão sempre bem com tudo.
Hoje tenho uma imagem mais simples e vincada que alguma vez já tive. Já o referi: o meu armário tem muito menos peças que outra fase da vida, porque é mais ecléctico e personalizado. É normal, já que antes não vestia tanto o que gostava mas o que me servia e ficava menos mal..

E muito resumidamente é esta a minha imagem actual e nunca me senti tão confortável com ela como agora. Feliz, porque a minha segunda pele reflecte a minha personalidade. Não há nada melhor do que esquecermos o que somos por fora para deixar sobressair o que somos por dentro e convivermos harmoniosamente connosco.