Estava a regressar a casa da minha caminhada e eis que pára a meu lado um carro que vinha a circular. De lá de dentro sai uma amiga que raramente vejo nestes últimos anos, com quem andei no liceu.
- "Tás tão magrinha!!" exclama-me ela.
- "Eu não! Tu é que estás linda, cada vez mais", disse-lhe eu.
E é verdade! Esta minha amiga era gorda como eu, quando andávamos no liceu. Não tinha piada nenhuma. Eu era mais ladina que ela. Até que fomos para a faculdade, cada uma para a sua. Eu engordei ainda mais. Ela emagreceu.
O patinho feio virou um cisne lindíssimo; agora parece uma top model (até acho que ficou mais alta). E cada vez está mais bonita. O melhor é que por dentro não mudou, continua humilde e simpática (e mais vaidosa também, como a compreendo).
Foi com deslumbramento que acompanhei esta transformação dela, que deu-se durante os anos de curso superior. E perguntava-lhe: "como conseguiste?" Ela não sabia responder-me e dizia: "sei lá, foi o stress, não comia muito, só estudava..." Eu ficava sempre na dúvida se não havia nenhum truque pelo meio... no final concluía - "deve ser da genética dela". Ou então ela foi inteligente o suficiente para tomar a atitude que eu demorei a er (mas antes tarde que nunca). Só que assim ela ganhou anos de vida - divertiu-se muito, namorou várias vezes e agora tem uma vida boa, uma relação estável, etc. Enquanto, isso lhe aconteceu, eu permaneci dentro de um casulo...
Hoje, ela reencontrou-me e gostei de ouvi-la. Se há pessoa de quem vale a pena ouvir algo desse género, é dela - o patinho feio e atarracado que virou um lindíssimo cisne. Mas também envergonho-me pois estou longe de estar "magrinha"...
Nunca chegarei à beleza dela, pois não é só a elegância que sobressai; a pele dela, o cabelo, são lindíssimos, perfeitos. Não os meus; a minha pele continua a exibir as marcas do acne que tive durante anos (mesmo com as sessões de peeling), os meus cabelos já estiveram piores, é certo, mas são finos e fracos; até os dentes dela, lembro-me, eram negros os da frente. Hoje tem um sorriso lindo, imaculado.
Já em relação aos meus - esse é um dos meus maiores estigmas (se calhar pior que o excesso de peso) - não me dão motivos de felicidade: falta-me dois dentes, arrancados há anos - um deles descompõe-me o sorrido de um dos lados deixando-me bastante desconfortável e com vergonha de "arreganhar a tacha"; depois alguns estão lascados e com manchas... e eu sinto-me bastante triste, pois até tenho uns dentes bonitos e muito brancos. É dos factores que mais aprecio nas outras pessoas - dentes saudáveis e pele bem tratada - e são logo duas das minhas falhas, a par do excesso de peso...
O criador quando me fez devia estar distraído. Saí cheia de defeitos e com peças soltas...
- "Tás tão magrinha!!" exclama-me ela.
- "Eu não! Tu é que estás linda, cada vez mais", disse-lhe eu.
E é verdade! Esta minha amiga era gorda como eu, quando andávamos no liceu. Não tinha piada nenhuma. Eu era mais ladina que ela. Até que fomos para a faculdade, cada uma para a sua. Eu engordei ainda mais. Ela emagreceu.
O patinho feio virou um cisne lindíssimo; agora parece uma top model (até acho que ficou mais alta). E cada vez está mais bonita. O melhor é que por dentro não mudou, continua humilde e simpática (e mais vaidosa também, como a compreendo).
Foi com deslumbramento que acompanhei esta transformação dela, que deu-se durante os anos de curso superior. E perguntava-lhe: "como conseguiste?" Ela não sabia responder-me e dizia: "sei lá, foi o stress, não comia muito, só estudava..." Eu ficava sempre na dúvida se não havia nenhum truque pelo meio... no final concluía - "deve ser da genética dela". Ou então ela foi inteligente o suficiente para tomar a atitude que eu demorei a er (mas antes tarde que nunca). Só que assim ela ganhou anos de vida - divertiu-se muito, namorou várias vezes e agora tem uma vida boa, uma relação estável, etc. Enquanto, isso lhe aconteceu, eu permaneci dentro de um casulo...
Hoje, ela reencontrou-me e gostei de ouvi-la. Se há pessoa de quem vale a pena ouvir algo desse género, é dela - o patinho feio e atarracado que virou um lindíssimo cisne. Mas também envergonho-me pois estou longe de estar "magrinha"...
Nunca chegarei à beleza dela, pois não é só a elegância que sobressai; a pele dela, o cabelo, são lindíssimos, perfeitos. Não os meus; a minha pele continua a exibir as marcas do acne que tive durante anos (mesmo com as sessões de peeling), os meus cabelos já estiveram piores, é certo, mas são finos e fracos; até os dentes dela, lembro-me, eram negros os da frente. Hoje tem um sorriso lindo, imaculado.
Já em relação aos meus - esse é um dos meus maiores estigmas (se calhar pior que o excesso de peso) - não me dão motivos de felicidade: falta-me dois dentes, arrancados há anos - um deles descompõe-me o sorrido de um dos lados deixando-me bastante desconfortável e com vergonha de "arreganhar a tacha"; depois alguns estão lascados e com manchas... e eu sinto-me bastante triste, pois até tenho uns dentes bonitos e muito brancos. É dos factores que mais aprecio nas outras pessoas - dentes saudáveis e pele bem tratada - e são logo duas das minhas falhas, a par do excesso de peso...
O criador quando me fez devia estar distraído. Saí cheia de defeitos e com peças soltas...
Sem comentários:
Enviar um comentário