Progressão no peso em 2010:

desde 25.04.2010

17/06/09

O corpo que os olhos vêem

Por vezes, olho-me ao espelho e parece que tenho momentos de lucidez em que vejo REALMENTE como o meu corpo é. E fico com receio de, em momentos de euforia, me ver menos gorda que aquilo que sou... afinal, ainda tenho o copo coberto de gordura!

O pneuzão em torno da cintura, embora tenha sido bastante reduzido, ainda continua agarrado a mim, a fazer-me passar vergonhas. As minhas coxas (para além de exibirem a celulite aos magotes) ainda fazem brotar a gordura entre as pernas e de lado como se só dali saissem à base de porrada (ou cirurgia!). E ontem reparei que aquela baninha de lado nas costas, mais acima da cintura, que sempre me irritou e achava o cúmulo da minha condição de gorda, e que já nem deveria existir pela minha lógica, perdura e parece nem ter recuado um milímetro.

Foi ao reparar na sua omnipresença que me dei conta que estou longe de deixar de ser uma pessoa gorda. Continuo igualmente gorda, mas ligeiramente menos. :-( Isto deixa-me um pouco em baixo - pensar no longo caminho que percorri, e no maior que ainda tenho que percorrer - pois começo pensar na disciplina que me vai ser exibida para sempre. Amarras. Um gordo é um prisioneiro de si mesmo, mas um ex-gordo também, só que provavelmente as pessoas nele não reparam assim.

Li num post muito cru e verdadeiro da "Gorda" (que nick feio para a figura linda que ela já tem) que pode dizer-se o que se quiser, mas a sociedade olha os gordos como pessoas menos capazes. Claro que ela tem razão. É mesmo assim. Porquê? Porque nota-se no corpo dos gordos a prisão em que vivem encerrados. Atrever-me-ia a acrescentar que os gordos também são visto como pessoas mais fracas psicologicamente (e até menos capazes intelectualmente) por não conseguirem ter força e vontade para contrariar o modo de vida que os leva a ser gordos , por não se consciencializarem que têm um problema e nor ão arranjarem força suplementar para deixarem de ser, pelo menos, tão gordos.

Eu não tenho a auto-confiança que a "Gorda" demonstra nos seus posts, mas pelo menos vale-me a força interior. Se um dia chegar a ser "elegante", como a minha mãe diz (magra nunca serei mesmo que não tenha gordura nenhuma pois tenho ossos largos, logo terei sempre uma compleição larga), temo que por dentro permaneça gorda, pois a minha auto-estima não tem ultimamente acompanhado o encolhimento da massa gorda. Sou gorda por dentro também. Sinto-me inferior.

Quando ía nos 78 ou 79kg, a minha mente era magra., como não é hoje. Sentia um à vontade com o meu corpo maior que agora. Sentia-me sexy a toda a hora. Sentia-me "magra" e bandoleava-me por onde quer que passeasse. Por quê esse estado de espírito não dura até hoje ou não melhorou ainda mais? Não sei. Tenho pena. Podem ser as hormonas, pode ser falta de amor, pode ser tudo isso junto...

Mas prometo não desistir da luta, embora me sinta só, num deserto, a caminhar em direcção a não sei onde. Só sei que parar ou voltar para trás está fora de questão (na minha mente: hei-de chegár ao óasis).

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