Redefinir Objectivos, para não perder o rumo

É mais um daqueles exercícios que já aqui fiz no blog, uma ou outra vez. Serve para uma pessoa se situar na realidade, recarregar baterias, estender os planos sobre a mesa para rever a estratégia, isto sempre que se tome consciência que começamos a dispersar e a acomodar-nos ao facilitismo.

Ora, embora eu continue a ir na minha recta, sem desvios calamitosos, a barra lá em cima no topo do blog, já há várias semanas que praticamente não sai do 63. Não me vou flagelar por isso, até porque nem é mau sinal. Como muitas boas conselheiras aqui chegaram a dizer-me, em comentários deixados, quando eu estivesse mais próxima do meu objectivo seria natural a balança mostrar maior resistência em descer.

O certo é que nas últimas semanas houve uma grande mudança nos meus hábitos que foi a introdução da prática exaustiva de exercício físico. Isso resultou praticamente numa estagnação dos valores na balança, é certo (só perdi 2kg desde que, em Agosto, entrei para o ginásio. Verdade!), mas em termos físicos o meu corpo tem-me agradecido todos os dias porque a perda de volume e gordura foram massivos, para dar lugar ao mais consistente, bonito, saudável, mais pesado, mas menos volumoso músculo. Esta é a GRANDE diferença que não se vê nos números. O meu corpo está bem mais bonito e agradável. É no dia-a-dia, nas pessoas que me reencontram, que se vê a diferença, que salta à vista. E eles querem lá saber o que a balança diz. E sou eu, que fico radiante, porque agora não tenho que penar a pensar no que vou vestir; qualquer farrapo que vá buscar ao gavetão me assenta, sem eu ter que vestir uns 10 antes e ficar deprimida... Ainda que, actualmente, as opções também não sejam muitas, mas de um mal a menos.*

Contudo, eu tracei como objectivo os 60kg, e sei que os 60 realmente me vão ficar melhor que os 63... O meu corpo também sabe. Já o escrevi no blog que nunca tive como objectivo ficar magra, seca; é muito complicado consegui-lo, especialmente para quem sempre foi gordo, exige um grau de "sacrifícios" que não tenho capacidade de fazer... O meu objectivo era (e é!) ficar com um corpo atlético, como eu gosto de ver e sonhei sempre para mim. E por detrás disto é que não há sacrifício algum, porque adoro desporto (ou não tivesse ido para jornalista desportiva), e o ginásio, a academia e a prática de exercício ao ar-livre são já verdadeiros vícios completamente entranhados em mim.

Só que o 63 ali permanece... e eu queria era ver um 60... ou para me poder armar e dizer que cheguei à casa das cinco dezenas, um 59...

É por isso que vou fazer um esforço suplementar e reforçar a disciplina (que ultimamente, diga-se, não tem sido muita) ao nível da alimentação para ver se consigo, até 1 de Novembro, chegar aos 60kg.

Muita gente, ao ler isto, até pode rir... afinal, já me veio aqui "cair na sopa" alguém que se gabou de perder 10kg em seis semanas e gozar com o meu "esforço"...
Não permito que me julguem não conhecendo a minha história. Sempre fui gorda, comer para mim é um prazer, por vezes um vício, outras um escape. Orgulho-me do caminho que fiz até aqui, à velocidade que o fiz, nos resultados que já obtive, nas trasnformações que operaram em mim, e na pessoa que sou actualmente, apesar das fraquezas. Podia ficar-me por aqui, afinal estou melhor do que alguma vez já estive. Mas se no nosso interior ainda há uma voz que diz que não estamos satisfeitos, que há coisas que não gostamos, que ainda não chegamos LÁ, devemos investir nesse trabalho e esforçar-nos consoante as nossas capacidades, sem julgamentos. Porque se consegui chegar a este ponto às minhas custas, não permito seja a quem for que julgue ou conteste o que quer que seja na minha estratégia. Isso é prepotência e ignorância.

60kg, até 1 de Novembro

A ver se consigo... e será também um teste para ver se o meu corpo ainda consegue responder na balança com descidas. Porque já consigo vestir todos os tamanhos (dependendo dos cortes) sem ter que me sujeitar aos XL; pq a minha cintura hoje pediu que experimentasse uma saia tamanho 36, quando eu só tinha na cabine um 38 e um 40; porque as calças 40 já me ficam largas; porque já consigo entrar nas lojas onde eu nem me atrevia a ver roupas e experimentar alguns modelos; porque hoje uso vestido e saias, e tudo isto sem ser magra, apenas normal (a puxar para o atlético).

Hoje em dia encaro esta minha missão de emagrecimento já não com angustia, nem com pressão, porque estou na fase em que batalho para me melhorar e manter as conquistas feitas. É também por isso que a recta da descida de peso, lá no topo, naturalmente não registará significativas evoluções. Encaro isso sem drama, sem sentimento depressivo, sem desilusão. Mas se cheguei até aqui, também posso conseguir o "bocadinho assim" que ainda falta. ;-)

Cada um deve perseguir os seus objectivos sim, e não o dos outros. O meu está PRATICAMENTE (ainda que não TOTALMENTE) atingido. Farei o teste este mês de tentar atingir os 60kg dentro deste período de tempo. Para isso sei que terei de fazer cortes em alimentos em que tenho sido permissiva. Mas, como disse, sem estar para isso obcecada. Porque afinal, sinto-me muito bem e sei que mais mês, menos mês vou chegar aos 60kg. Tenho um corpo cada vez mais bonito, com muitos defeitos é certo, mas que vão sendo cada vez menos. Estou a renascer!

E o que realmente espero é chegar ao Verão de 2010
e poder estar na praia de bikini
coisa que nunca soube o que é...

E não pensem que o farei de ânimo leve. Sou muito exigente. Só realmente enfrentarei o "teste do bikini" se o meu corpo estiver à altura de o superar: sem barriga, tonificado e com celulite reduzida (quase) a nível 0.

* a este propósito, muita pena me deixou o post da Electra em que fazia um apelo para conseguir arranjar roupa para o seu novo 42, já que ela, que tem emagrecido vertiginosamente, depara-se com a triste situação de nada ter que lhe sirva no armário, uma mulher que, facilmente se percebe pelo conteúdo do seu blog, esbanja elegância, independentemente do peso que tenha. Como eu te compreendo Electra! Eu agora uso meia dúzia de peças chave e decidi não comprar mais roupa até vir frio à séria sob pena de deixar muita peça pendurada no armário por estrear... (coisa que me aconteceu este ano, vinda do ano passado... há que aprender com os erros)