A descer a montanha

Ontem 63,2kg; hoje 63,0kg e estou aliviada com estes resultados, porque sinto que estou novamente a seguir um trilho correcto, ainda que lento.

Porém, a balança deixou de ser prioridade para mim. O meu target é acabar totalmente com a flacidez e neste sentido a "guerra" que travo está centrada, literalmente, em torno do meu umbigo.

Ontem à noite, antes do banho, em frente ao espelho, vislumbrei o meu objectivo. Primeiro vi o que ainda tenho para perder - aquela barriguinha ainda com flacidez notória que cobre um abdomen já definido pelas quase 3 centenas de abs q faço no ginásio. Depois estiquei os braços no ar, alonguei completamente o corpo, e vi uma barriga linda e lisinha, apenas com duas ligeiras ondulações verticais, paralelas, dos abs trabalhados e emocionei-me com a possibilidade de um dia poder ficar assim, com o corpo tão próximo do que sonho. Senti-me um "naco"!

Mas como nada acontece por acaso, porque tudo exige sacrifício e dedicação, ainda que caíamos pelo caminho muitas vezes porque a carne é fraca, há que trabalhar sempre para as coisas acontecerem.

Há meses atrás pensava que nunca o conseguiria, que seria impossível chegar a esta fase; nem me imaginava com esta figura; pensava que, mesmo que trabalhasse como uma louca para emagrecer, uma vez que sempre fui gorda, nunca conseguiria assemelhar-me a um ser de anatomia normal. Mas o que é certo é que fui esvaziando, tonificando os tecidos e hoje, mesmo no ginásio, vêm dizer-me que estou bem, que não acreditam que tenha perdido tanto peso.

Dou comigo a pensar que, no meio desta minha aventura que eu não sonhava onde me levaria, ou se seria bem sucedida, tive discernimento para "topar" as minhas fraquezas e adoptar os métodos mais correctos para o meu caso. Tomei consciência, por exemplo, que é-me impossível seguir à risca uma dieta muito rigorosa e por um período longo, sem que me desmotive e desista, porque a minha mente prega-me partidas e cedo facilmente à tentação (a minha perdição são os doces e farinácios), daí a necessidade de adoptar uma dieta equilibrada, parca em quantidades e adoptar truques decisivos; por outro lado, apercebi-me logo que iria precisar do exercício, não só para complementar a dieta e emagrecer saudavelmente, mas principalmente como moleta psicológica para sentir-me motivada, mais confiante e alegre.

O exercício, especialmente depois de ter ido para o ginásio, tornou-se o meu grande vício, ainda mais que a comida (mal é que a comida faz mais estragos..) e este detalhe tem marcado toda a diferença, porque tem revolucionado os meus hábitos e ajudado a tornar-me uma pessoa mais saudável e forte, para não falar do corpo que tem-se moldado de forma excepcional, como nunca imaginei.

Falta é mentalizar-me que já não sou a gorda de antes, ter maior confiança nas minhas potencialidades, na minha beleza e sensualidade; não me sentir menos mulher, menos feminina que todas as outras mulheres. Engraçado como a mente demora mais a habituar-se a estas transformações, que o próprio corpo, cujos tecidos sofrem alterações físicas visíveis a olho nu!