Eu tinha que fazer este post. Espero que ajude alguém a ganhar confiança, mas, mais que isso, pretendo descrever a transformação que este novo hábito surtiu em mim.
Falo do ginásio. De exercício físico vigoroso. De desporto.
Comecei a fazer exercício, desde que decidi emagrecer, partindo do zero. Quer isto dizer que comecei com caminhadas, uma, depois duas, três... até chegar às cinco e seis vezes por semana (houve semanas que foi todos os dias). Primeiro 30 minutos, depois 40... uma hora, hora e meia, até às pequenas maratonas excepcionais de domingo que me demoravam duas ou três horas. Adicionei uma bicicleta estática em casa, para compensar os dias de chuva, mais um stepper, levantava pesos (3kg), fazia abs, alongamentos e já era um belo treino, mesmo quando feito dia sim, dia não.
Mas o corpo vai pedindo sempre mais. Foi aí que introduzi as corridas ao ar livre, dia sim, dia não, primeiro 15, depois 20 minutos, com duas, uma, nenhuma paragem... e ainda somava uma caminhada de uma hora. Depois passaram a ser diárias as corridas. Até que outras obrigações quebraram esta rotina. O corpo ressentiu-se muito. Mas a mente, ainda mais.
O que é certo é que, inconscientemente, ía aumentando a exigência do treino. Sou um ser competitivo. Gosto de desafiar os meus limites neste aspecto; saber até onde posso ir, porque a sensação de liberdade, de domínio, de poder que a prática de desporto me dá funciona como um bálsamo de bem-estar. É este o "meu" segredo. Desde o início quando comecei com uma simples caminhada que o sinto. O desporto proporciona-me uma fantástica sensação, bem mais palpável e durável que a de comer uma pasta do melhor chocolate.
E então desde que comecei a frequentar o ginásio, essa sensação multiplicou-se.
No ginásio estou sempre a puxar mais e mais pelo meu treino, a aumentar a carga de pesos, a velocidade no cardio, a duração... Nunca saí de lá mal disposta, nunca acordei no dia seguinte sem forças, com lesões ou dores impeditivas de ter uma vida normal. Nada. Só bom feeling.
Não vou lá para me pavonear ou dar à língua (embora dê e muito) e o meu treino dá nas vistas por isso, porque sou competitiva comigo mesma e retiro grande alegria do meu esforço. O meu objectivo e ser melhor, ficar melhor, sentir-me melhor, a cada semana que passa.
"Estás sempre a sorrir" dizia-me na sexta o bonzaço do instrutor. Eu dei uma resposta muito parva: "querias quê? que chorasse?" e continuei a rir. Mas a constatação dele fez-me pensar porque é que lá estou sempre a rir, sempre boa onda, nunca com má cara, nem respostas tortas para ninguém. Eu tenho um feitio complicado, o meu humor vacila bastante. Mas lá dentro, nunca aconteceu. Sou uma pessoa ultra-positiva, cheia de boa vibração, expansiva e transmito isso aos outros. E eu não era assim.
A verdade é que nada enche de mais alegria o meu dia que ir para o ginásio.
Quando vou para lá, os problemas, as preocupações, os pensamentos ficam à porta. Sou eu, o meu corpo e a minha mente vazia e clara, rodeada de pessoas porreiras e cheias de boas intenções. É o momento em que me entrego ao desporto e se levo qualquer frustração, fica lá, esmagada naquelas máquinas que as sugam sem piedade. Saio de lá de corpo transpirado e alma revitalizada, de bem com a vida e com o mundo.
Já me aconteceu chegar lá exausta, acabrunhada, pernas duras de cansaço, pouca vitalidade e pensar "hoje não dou uma para a caixa" e com o decorrer do treino o corpo ganha uma nova força vital, como se tivesse tomado alguma coisa. Acabo o treino em grande. Saio de lá nova!
O ginásio também me permitiu ter mais confiança no meu corpo, não me preocupar com detalhes que antes me aterrorizavam e desviavam a minha atenção, como por exemplo se as mamas pincham (ah, mas não pincham mesmo, que eu uso um top ultra-forte para as manter quietinhas), se a barriga se nota por baixo do top, etc... com o tempo deixei de pensar se as pessoas reparam nisso, se olham, porque o que é certo é que também deixaram de olhar dessa forma. Sinto, isso sim, que o gajos olham pro meu decote ou para o rabo, ou para as minhas tatuagens (lol).
O ginásio também me permitiu criar laços de afectuosidade com pessoas que nem são minhas amigas, mas que me cumprimentam quando entro e quando saem com uma alegria e espontaneidade que me enchem de orgulho. Eu faço o mesmo com elas. E entretanto surgem as conversas, as trocas de ideias, as piadas, as gargalhadas... e sem reparar estamos a criar amigos.
Para mim isso não tem preço.
A prática de desporto, de forma desamedrontada e cheia de generosidade, acabou por ser a transformação mais profunda nesta minha nova vida, mais que a perda de peso, que considero factor secundário e consequência, evidentemente, disso. Não foi a perda de peso que me tornou uma pessoa mais alegre e confiante, mas a prática de exercício.
Já dei comigo a pensar que, se não fosse gorda, a minha vida poderia ter seguido a área do desporto, quiçá ter sido atleta, porque sou bastante competitiva e entrego-me com devoção ao treino. Descubro que dele retiro, neste momento, maior prazer do que de qualquer outro hobi que faço. Sinto-me uma pessoa mais confiante, ponderada e relaxada, com muito mais boa onda. Não stresso mais com coisas pequenas (às vezes, nem com as grandes), passei a levar menos a sério a vida. Isso nota-se, inclusive, nas relações inter-pessoais.
Cada um é como é. Nem todos reagem às mesmas coisas de forma similar.
Este é apenas o relato do efeito que o desporto tem em mim, que está longe de ser apenas um método de perder gordura e tonificar o corpo. Pode ser que sirva também para entusiasmar outros a seguir este caminho, porque sei que para muitos é um sacrifício fazer exercício, especialmente pela falta de tempo e de vontade. Às vezes basta um click... foi assim comigo.
Falo do ginásio. De exercício físico vigoroso. De desporto.
Comecei a fazer exercício, desde que decidi emagrecer, partindo do zero. Quer isto dizer que comecei com caminhadas, uma, depois duas, três... até chegar às cinco e seis vezes por semana (houve semanas que foi todos os dias). Primeiro 30 minutos, depois 40... uma hora, hora e meia, até às pequenas maratonas excepcionais de domingo que me demoravam duas ou três horas. Adicionei uma bicicleta estática em casa, para compensar os dias de chuva, mais um stepper, levantava pesos (3kg), fazia abs, alongamentos e já era um belo treino, mesmo quando feito dia sim, dia não.
Mas o corpo vai pedindo sempre mais. Foi aí que introduzi as corridas ao ar livre, dia sim, dia não, primeiro 15, depois 20 minutos, com duas, uma, nenhuma paragem... e ainda somava uma caminhada de uma hora. Depois passaram a ser diárias as corridas. Até que outras obrigações quebraram esta rotina. O corpo ressentiu-se muito. Mas a mente, ainda mais.
O que é certo é que, inconscientemente, ía aumentando a exigência do treino. Sou um ser competitivo. Gosto de desafiar os meus limites neste aspecto; saber até onde posso ir, porque a sensação de liberdade, de domínio, de poder que a prática de desporto me dá funciona como um bálsamo de bem-estar. É este o "meu" segredo. Desde o início quando comecei com uma simples caminhada que o sinto. O desporto proporciona-me uma fantástica sensação, bem mais palpável e durável que a de comer uma pasta do melhor chocolate.
E então desde que comecei a frequentar o ginásio, essa sensação multiplicou-se.
No ginásio estou sempre a puxar mais e mais pelo meu treino, a aumentar a carga de pesos, a velocidade no cardio, a duração... Nunca saí de lá mal disposta, nunca acordei no dia seguinte sem forças, com lesões ou dores impeditivas de ter uma vida normal. Nada. Só bom feeling.
Não vou lá para me pavonear ou dar à língua (embora dê e muito) e o meu treino dá nas vistas por isso, porque sou competitiva comigo mesma e retiro grande alegria do meu esforço. O meu objectivo e ser melhor, ficar melhor, sentir-me melhor, a cada semana que passa.
"Estás sempre a sorrir" dizia-me na sexta o bonzaço do instrutor. Eu dei uma resposta muito parva: "querias quê? que chorasse?" e continuei a rir. Mas a constatação dele fez-me pensar porque é que lá estou sempre a rir, sempre boa onda, nunca com má cara, nem respostas tortas para ninguém. Eu tenho um feitio complicado, o meu humor vacila bastante. Mas lá dentro, nunca aconteceu. Sou uma pessoa ultra-positiva, cheia de boa vibração, expansiva e transmito isso aos outros. E eu não era assim.
A verdade é que nada enche de mais alegria o meu dia que ir para o ginásio.
Quando vou para lá, os problemas, as preocupações, os pensamentos ficam à porta. Sou eu, o meu corpo e a minha mente vazia e clara, rodeada de pessoas porreiras e cheias de boas intenções. É o momento em que me entrego ao desporto e se levo qualquer frustração, fica lá, esmagada naquelas máquinas que as sugam sem piedade. Saio de lá de corpo transpirado e alma revitalizada, de bem com a vida e com o mundo.
Já me aconteceu chegar lá exausta, acabrunhada, pernas duras de cansaço, pouca vitalidade e pensar "hoje não dou uma para a caixa" e com o decorrer do treino o corpo ganha uma nova força vital, como se tivesse tomado alguma coisa. Acabo o treino em grande. Saio de lá nova!
O ginásio também me permitiu ter mais confiança no meu corpo, não me preocupar com detalhes que antes me aterrorizavam e desviavam a minha atenção, como por exemplo se as mamas pincham (ah, mas não pincham mesmo, que eu uso um top ultra-forte para as manter quietinhas), se a barriga se nota por baixo do top, etc... com o tempo deixei de pensar se as pessoas reparam nisso, se olham, porque o que é certo é que também deixaram de olhar dessa forma. Sinto, isso sim, que o gajos olham pro meu decote ou para o rabo, ou para as minhas tatuagens (lol).
O ginásio também me permitiu criar laços de afectuosidade com pessoas que nem são minhas amigas, mas que me cumprimentam quando entro e quando saem com uma alegria e espontaneidade que me enchem de orgulho. Eu faço o mesmo com elas. E entretanto surgem as conversas, as trocas de ideias, as piadas, as gargalhadas... e sem reparar estamos a criar amigos.
Para mim isso não tem preço.
A prática de desporto, de forma desamedrontada e cheia de generosidade, acabou por ser a transformação mais profunda nesta minha nova vida, mais que a perda de peso, que considero factor secundário e consequência, evidentemente, disso. Não foi a perda de peso que me tornou uma pessoa mais alegre e confiante, mas a prática de exercício.
Já dei comigo a pensar que, se não fosse gorda, a minha vida poderia ter seguido a área do desporto, quiçá ter sido atleta, porque sou bastante competitiva e entrego-me com devoção ao treino. Descubro que dele retiro, neste momento, maior prazer do que de qualquer outro hobi que faço. Sinto-me uma pessoa mais confiante, ponderada e relaxada, com muito mais boa onda. Não stresso mais com coisas pequenas (às vezes, nem com as grandes), passei a levar menos a sério a vida. Isso nota-se, inclusive, nas relações inter-pessoais.
Cada um é como é. Nem todos reagem às mesmas coisas de forma similar.
Este é apenas o relato do efeito que o desporto tem em mim, que está longe de ser apenas um método de perder gordura e tonificar o corpo. Pode ser que sirva também para entusiasmar outros a seguir este caminho, porque sei que para muitos é um sacrifício fazer exercício, especialmente pela falta de tempo e de vontade. Às vezes basta um click... foi assim comigo.
5 comentários:
Espero um dia vir a ter esse sentimento fantástico com o exercício, tenciono inscrever-me num ginásio mal possa :D
Adorei o teu post, espontâneo e super sentido. Parabéns :)
Beijo
força joana! não te vais arrepender.
Estou mais do que inspirada. Concordo ctg, basta um clique, uma decisão sincera e a nossa vida muda radicalmente. Interessa é irmos em direcção do que realmente queremos e não do que os outros querem. Somos nós e nós apenas.
Muitos parabéns querida *
Adorei este post... A tua franqueza e sinceridade... Já escrevi aqui e torno a frisar que tens sido um exemplo para mim... a tua determinação e a maneira como encaras o exercício é algo que considero muito positivo. Obrigada pela partilha. Beijinho
Miudas, inspiramo-nos umas às outras porque somos todas umas heroínas!
beijinhos queridos
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