Progressão no peso em 2010:

desde 25.04.2010

12/06/09

Hoje sinto-me...

... um saco.

Não é só o top da Zara que comprei há uns 2 meses e agora me está largo (uns 2 numeros acima) e que teimo em usar para não deitar para o lixo 25 euros novinhos... é a minha barriga inchada e é a minha auto-estima esvaziada...

O facto de ter montes de cenas para comprar/pagar e de o dinheiro do patronato não entrar (tenho atrasos de 3 meses de serviços e ainda despesas acumuladas - tudo somado vai para os 1800 euros...) deprime-me e faz-me olhar para o chão que piso como areia movediça...

Sou materialista. O dinheiro para mim é importante. Não no sentido mais fútil do termo, porque não esbanjo dinheiro; sou poupada e até "mão-de-vaca". Mas a importância grande do dinheiro para mim prende-se com a segurança e estabilidade que dá. Neste país de caca nada se consegue sem dinheiro: saúde, bens essenciais... a qualidade de vida , quer se queira, quer não, está dependente do dinheiro, porque só quem não tem problemas de liquidez é que não pensa nele e nos problemas adjacentes à falta dele...

Eu não penso em dinheiro nem sinto insegurança quando não me devem nada. Eu nunca devo a ninguém, faço questão de pagar tudo na hora ou no dia seguinte se sou apanhada desprevenida. Nunca peço dinheiro aos meus pais (desde que adquiri o primeiro emprego) e pago tudo a pronto (nada de empréstimos ou prestações). Ter o dinheiro suficiente para vivermos permite andar de cabeça erguida. Não preciso ser rica, basta-me ser remediada; receber de acordo com o que trabalho.

O meu problema neste momento é, para além desse valor que me devem, o facto de ser trabalhadora a recibos verdes há quatro anos e de desempenhar funções acumuladas e de responsabilidade na minha empresa. É uma puta de uma injustiça social. A situação de recibos verdes ainda se engole. Mas trabalhar para aquecer, revolta-me. Pior, pagar para trabalhar! (pois uso material meu, gasto combustível, electricidade, internet,...)

E perguntam-me "se estás assim tão mal porque não mudas?", como se eu não o quisesse.... já pensei mandar tudo às urtigas, em mudar de ramo, emigrar, mas o meu orgulho e vocação acabam por falar mais alto, sempre. Eu sou jornalista porque amo o meu trabalho e tenho muito brio nele. Sou muito profissional e tenho orgulho na minha carteira que custa sempre, de 2 em 2 anos, a renovar. Caso mude sequer de ramo e deixe esta porca-vida, perco-a e dificilmente volto a recuperá-la. Uma merda...

Por isso, sinto-me um caco, já há semanas. Aliás, desde o início deste ano de 2009, altura em que determinei como uma das resoluções para 2009, mudar de emprego/posto trabalho (já que não se pode falar de emprego no meu caso...). E eu sei que a situação geral é complicada, que deveria aguentar-me, mas a verdade é que fazer o que eu faço, a troco de uns míseros trocos é aguentar, sim, uma situação insustentável que, se a crise se prolongar, terá num desfecho nunca bom para o meu lado. "Quando o mar está bravo, quem se lixa é mexilhão..."

Nem vou pensar mais no assunto hoje senão estou aqui, estou a cortar os pulsos...


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